O terceiro-sargento do Exército Ivanildo Ulisses Gervásio, de 37 anos, pode pegar até 20 anos de prisão. Ele foi preso preventivamente na sexta-feira por ter atirado no estudante D., de 19 anos, enquanto este namorava um rapaz no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, após a parada gay.
A vítima e mais quatro testemunhas, entre elas o jovem que estava com D. no momento do crime e que estava sendo procurado, reconheceram Gervásio como o autor do disparo. O militar já havia confessado o crime, horas antes, ao delegado da 14ª DP (Leblon), Fernando Veloso, em depoimento informal.
Segundo dados de um programa desenvolvido pelo governo do Estado, já foram registradas cerca de duas mil ocorrências de violência contra homossexuais, sendo 600 denúncias de agressão, nos últimos 12 meses. O estado foi o primeiro a incluir o crime de homofobia em boletins de ocorrência, desde 2009.
O objetivo do programa é reduzir as incidências de homofobia para que a cidade possa continuar sendo considerada o melhor destino gay do mundo.
Amigo sente medo ao rever acusado
O estudante D. foi ao parque acompanhado de dois amigos R., de 21 anos, e H., de 16, que estava perto de D. quando ocorreu o disparo.
“Eu não o vi levar o tiro, mas ouvi o disparo. Quando começaram a xingar, bater e chutar todo mundo ali, eu corri, mas me escondi atrás de uma árvore. Hoje, eu senti medo de ficar na frente deles, mas estou muito feliz por ele. Amigo é para essas coisas. Foi uma sorte ele estar vivo”, disse H., ao sair da sala de reconhecimento.
Em nota, o Exército informou que “reafirma o seu compromisso de não admitir, em hipótese alguma, que desvios de conduta de quaisquer dos seus integrantes fiquem impunes”.
Fonte: O Dia Online
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