Segundo pesquisa em fase de finalização do Grupo Gay da Bahia (GGB), que há 12 anos reúne os dados de assassinatos de homossexuais divulgados na imprensa de todo o país, mais de 250 gays, lésbicas, transexuais e travestis foram mortos em razão de sua orientação sexual no último ano. 65% das mortes foram de gays; 32% de travestis e 3%, de lésbicas, revela o estudo preliminar.
O relatório anual ainda está em fase de conclusão mas já registrou aumento do número de assassinatos em mais de 30% em comparação ao ano anterior. Em 2009, foram 198 assassinatos de pessoas homossexuais. Esta é a primeira vez que o relatório reporta um número superior a casa dos 200 e faz o Brasil disparar como a nação que possui mais assassinatos homofóbicos no mundo.
A falta de leis que punem a discriminação de homossexuais e o machismo estão entre as causas do triste recorde. Em entrevista para a revista Terra Magazine, o fundador do GGB, o antropólogo Luiz Mott, afirma que a impunidade e a falta de testemunhas contribuem para que os crimes permaneçam sem solução, o que induz ao pensamento de que o ato não terá conseqüências. “Na década anterior, matava-se, em média, um homossexual a cada três dias. Nos últimos anos, essa média passou para um assassinato a cada um dia e meio. Há uma escalada que reflete a violência crescente no Brasil, sobretudo, no que se refere aos crimes letais. Em geral, a impunidade é grande, mas é maior quando a vítima é homossexual, já que as pessoas não querem se envolver, testemunhar. Ainda há muito tabu, muito preconceito”.
Mott comparou ainda a perseguição de homossexuais no país com a pena de morte adotada em muitos países. “Juntando todos os países onde há pena de morte para os homossexuais, as execuções não chegam a 20 por ano. O Brasil tem uma pena de morte diluída e, na prática, muito mais severa do que as praticadas nos países mais homofóbicos do mundo”.
Leia a entrevista na íntegra AQUI!
Fonte: Lado A
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