quarta-feira, 30 de junho de 2010

Procurador do Estado de MG posiciona-se contra adoção por casais gays


José Maria Couto Moreira, Procurador do estado de Minas Gerais, posicionou-se contra a adoção por casais gays, veja em artigo publicado no O Tempo Online:

"Passa a constar na agenda de reflexão da sociedade a questão do exame da conveniência de casal gay adotar crianças, com o fato consequente de tê-las como filhos.

A união gay já foi caso de grande pesadelo para a classe conservadora, mas o preconceito encontra-se superado pelo tempo em que o mundo evoluiu, com a conclusão absolutamente aceitável de que os adultos são reitores de suas vontades e de seus próprios destinos, vontades essas inteiramente respeitáveis, a salvo de oposições de toda ordem, exceto as religiosas, que se comprimem, no entanto, no âmbito de cada credo.

Já a etapa subsequente, em que os casais pretendem a adoção de infantes para com eles conviverem na condição presumida de paternidade, é passo sentidamente perigoso para o futuro deles. Se forem já portadores de razão (inatingível com menos de 12 anos de idade), seria aceitável a hipótese, pois os candidatos a adoção poderiam exprimir expressa e livremente sua vontade, que é o que verdadeiramente interessa em toda relação humana em que a convivência íntima ou a proximidade seja o eixo da procura, à parte, ainda, a investigação da vontade no conceito agostiniano, em que o ato seja reprovável, ou no cartesiano, em que o exercício da vontade possa vir a mostrar-se um erro.

Em situações em que os adotandos não possam exprimir livremente sua vontade não seria aconselhável a adoção. Ora, ninguém contesta o fato de que a personalidade do homem já se plasma na concepção, porém, a vida extra-uterina é que irá balizar e conformar sua personalidade definitiva. A união conjugal, marital ou de fato é secularmente exibida ou aceita quando composta somente entre seres do sexo masculino e feminino. A união que discrepar dessa característica será algo de excepcional, situação que, se não leva à perplexidade, induz a indagações de quem não a compreende. E quem não a compreende não pode aceitá-la. E para quem não a compreende, ainda que não possua intelecto capaz de compreendê-la, a iniciativa da adoção representaria para o adotando uma invasão ao direito natural de que é portador desde o nascimento, ou, em linguagem mais ilustrativa, seria uma violência. O direito civil brasileiro tem avançado em posições antes radicais e as tornado obsequiosas ao cidadão.

Porém, a questão agora em debate não afrontaria simplesmente o jusnaturalismo aristotélico, mas, o que é fundamental, o futuro do brasileiro adotado, que é o futuro da nação. As ciências psicanalíticas não poderiam anunciar uma vida feliz (nela inserida a compreensão do fenômeno gay) para uma criança que se desenvolva em ambiente em que a natureza não tenha sido primariamente revelada. Iria pairar no espírito da criança, ou do jovem, com reflexos para o adulto, a reiterada dúvida da união gay como exemplo de vida.

Enquanto o país decide pela sorte de eventuais adotandos de casais gays, que o processo da dúvida metódica se exerça e nos ilumine a encontrar as verdades absolutas de que sonhava Decartes."

A Casa Rosa diz: Será? Eu particularmente conheço crianças de pais gays, que crescem muito bem...... Qual o medo, criar novos gays? Não vamos esquecer que os gays costumam vir de pais hétros, julgado o melhor modelo de família. A questão aqui não é a orientação do casal, mas o amor que ele pode dar. Com tantas crianças largadas, novamente por pais heteros, e sem teto... Suponho então que os conservadores acham melhor deixar elas passando por necessidades e sem uma casa, do que com um lar gay, que pode dar a elas todo o conforto e uma qualidade de vida digna....

Fonte: O Tempo Online

Um comentário:

  1. Acho que isso é puro preconceito, pois como se pode dizer que um casal gay não cuidará bem de seu filho só por ser gay, ou que influenciará seu filho por ser homosexual.acho que opção sexual não vem de familia e sim de uma escolha (ou vontade incontrolavel) de estar com o mesmo sexo. Acho que os pais dão o rumo aos filhos em carater, honestidade e conceitos sociais, e não em com quem os filhos devem se relacionar (no caso de pessoas gays). Claro que não concordo em pais deixarem filhos soltos pelo mundo afora, deve haver uma vigia sim. Mais com liberdade e respeito.
    Abraços

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