sábado, 26 de junho de 2010

Silvetty Montilla, apresentadora da Parada Gay de SP, diz que fora dos shows é um homem calmo e discreto

Silvetty dá entrevista para a Época São Paulo, confira:

Silvetty Montilla
Ator e transformista
42 anos, 23 de profissão

Sou a apresentadora oficial da parada gay. Participo desde o começo, quando tinha só uns gatos pingados. Hoje é a maior do mundo. Venho no primeiro carro e faço a abertura. Não vou com nada pronto, é tudo no improviso. Também sou contratada para animar outros carros e vou trocando ao longo da parada. Depois que acaba, ainda realizo oito shows. É uma loucura.

Comecei tarde como transformista. Me montava para ir a festas. Antes, fui auxiliar de promotoria, funcionário concursado. Cheguei a trabalhar na noite e no Estado ao mesmo tempo. Até que um dia quiseram me colocar no palco de uma boate. Fui, e começaram a tirar sarro. Xinguei muito, acabei com todo mundo e, assim, defini meu estilo. Hoje, me considero um ator transformista cômico.

Nunca tive de dizer para minha família que era gay. Não saí do armário – nem pulei da gaveta. Uma vez me apresentei no show de calouros do Silvio Santos. No dia seguinte, estava na rua com minha mãe, e um vizinho disse: “O Sílvio estava linda ontem de mulher”. Minha mãe concordou que eu estava lindo mesmo. Não me perguntou nada, nem eu falei.

Não me divirto à noite. Fora do palco, sou diferente da Silvetty. Como Sílvio, sou calmo, tranquilo, tímido. Até queria ter mais um pouco dela em mim.

Tive um longo relacionamento sério. A primeira vez em que nos vimos eu estava como Silvetty. Depois, ele me conheceu desmontado, e namoramos oito anos. Eu o perdi numa parada, quando ele conheceu outro. Hoje somos bons amigos. Não sou muito paquerado. A Silvetty pode até ser que sim.

Meu cachê? digo que é um Big Mac. Não comento quanto cobro. Cada um tem seu valor, cada boate tem sua história, e ganho de acordo com meu trabalho. Me sinto privilegiado por trabalhar em várias casas da cidade. Estou na Nostromondo há 21 anos, na Tunnel há 17. Fui a primeira a fazer show lá.

O povo me encontra nas boates e diz que está me seguindo no Twitter. Que bom, né, meu amor? Mas eu não tenho Twitter, menino! O que tenho é uma máquina de datilografia e a única coisa que me segue é a polícia. Nada além disso.

Fonte: Época São Paulo

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